
V I V O
S. Paulo Terranova
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Estamos de OLHO VIVO...Essa reportagem não é atual mas mostra o jeito truculento da campanha tucana em 2002 e que oito anos depois continua da mesma forma...Apenas reforça o carinho da mídia com o tucanato e seus interesses excusos...
Veja N°1744 - 27 de março de 2002
Exagerado no ataque, fraco na defesa
Sarney compara o governo com nazistas e nada diz sobre a dinheirama da Lunus
Gregg Newton/Reuters
Sarney, na tribuna, após adiar o discurso duas vezes: Serra no ninho dos espiões
"Falo pelo dever que tem um ex-presidente da República – de defender o país e suas instituições, e a base delas são os direitos individuais. O direito de cada um de nós de não ser espionado, escutado, seguido, perseguido, tocaiado pelo aparato do Estado, construído para proteger os cidadãos. Assim é o Estado de direito, da lei, não dos homens."
"O próprio presidente da República, cujo foro é o Congresso, tem parado na Câmara um processo de impeachment pedido por renomados advogados, que o acusam de compra de votos para sua reeleição." "O que vejo no Brasil de hoje é o medo dos dossiês, das escutas, da espionagem na vida privada das pessoas. Ninguém tem confiança de que o aparato estatal não seja jogado contra si."
"Quem acredita neste país, qual o idiota, que uma ação dessa magnitude (refere-se à devassa na Lunus) seria armada sem que a máquina estatal de nada soubesse ou dela não participasse? Quem neste país não sabe que foi uma ação política suja, com propósito determinado?"
"É que toda referência a esse estilo característico de espionagem e dossiês nasce no Ministério da Saúde e envolve o ex-ministro José Serra. Não é afirmação minha, é dos jornais."
Depois de dois adiamentos, o ex-presidente José Sarney finalmente subiu à tribuna do Senado Federal, na quarta-feira passada, para fazer um discurso com dois objetivos. Queria defender sua filha Roseana, governadora do Maranhão, das acusações de envolvimento em fraudes na Sudam, que se tornaram públicas desde que a Polícia Federal fez uma devassa na Lunus, empresa de Roseana e seu marido, Jorge Murad, e encontrou 1,34 milhão de reais em dinheiro vivo. A outra intenção de Sarney era denunciar que as investigações estavam sendo manipuladas pelo governo, por meio de grampos telefônicos e espionagem, de modo a bombardear a candidatura presidencial de Roseana e, com isso, facilitar o caminho do candidato tucano, o ex-ministro José Serra. Sarney discursou por mais de uma hora, mostrou recortes de reportagens publicadas em jornais e revistas e deixou a tribuna sob aplausos dos colegas. Seu pronunciamento, no entanto, teve dois aspectos. Na hora de atacar, Sarney foi duro e, em certas passagens, chegou a cometer exageros imperdoáveis. No momento de defender a filha, porém, o resultado foi uma peça pífia, sem nenhuma novidade.
A defesa de Roseana ocupou a menor parte do discurso. Sarney insistiu em que a devassa na Lunus foi um ato "arbitrário, ilegal, de conotação política e fora da lei", fazendo questão de ignorar que os policiais federais entraram na empresa munidos da devida autorização judicial. Sobre o caso da Usimar, o projeto fabuloso e fraudulento que resultou no desvio de 44 milhões de reais, disse que Roseana não foi a única autoridade a aprová-lo, o que é verdade, mas nada falou do extraordinário empenho de Jorge Murad para colocá-lo de pé. Por fim, sobre a dinheirama encontrada no cofre da empresa da filha e do genro, que mereceu sete versões distintas, Sarney foi lacônico. "O senhor Jorge Murad recebeu doação de pré-campanha, por ela assume toda e qualquer responsabilidade e por ela responde. Que a Justiça apure sua legalidade e tome as decisões." E nada mais. Limitou-se, a seguir, a sugerir que as campanhas são assim mesmo – como exemplo, citou os enroscos financeiros da campanha que elegeu Fernando Henrique em 1994.
Com dois tons abaixo para defender a filha, Sarney usou dois tons acima para atacar o governo. Ameaçou recorrer a organismos internacionais para garantir a lisura da eleição presidencial. Chegou ao exagero de comparar o Brasil de hoje com a Alemanha nazista, dizendo que o Estado atual age nos moldes da Gestapo, a polícia política de Hitler. Comparou a situação atual até com a dos tempos do Dops, a polícia política da ditadura militar (1964-1985), que Sarney apoiou e da qual foi um dos grandes beneficiários. Falou do "direito de cada um de nós de não ser espionado, escutado, seguido, perseguido, tocaiado pelo aparato do Estado". E disse: "O que vejo no Brasil de hoje é o medo dos dossiês, das escutas, da espionagem na vida privada das pessoas". Sarney refere-se a uma sensação real, principalmente entre aqueles que estão na órbita do poder econômico ou político. Tanto que, no Brasil, é comum falar com pouca liberdade ao telefone quando se trata de um assunto relevante, e não há campanha em que não apareça um dossiê. O problema é que não existe evidência de que essa sujeira de grampos telefônicos e espionagem esteja sendo promovida pelo chamado "aparato de Estado".
Enfático ao criticar a produção de dossiês, calúnias e intrigas contra sua filha, Sarney fez referência a todos os dossiês, calúnias e intrigas que envolvem José Serra, hoje seu maior desafeto. Lembrou que todas as conversas de grampos e espionagem partem sempre do mesmo lugar – o Ministério da Saúde, órgão que Serra comandou até o mês passado. Lembrou, também, que Serra tem relações com policiais federais e procuradores envolvidos nas investigações sobre a governadora do Maranhão. As duas coisas são verdadeiras, mas não passam de referências. Quando mencionou o único fato concreto – que o Ministério da Saúde selou um contrato milionário com uma empresa especializada em combater grampos, a Fence –, Sarney apenas fez intriga. "O Ministério da Saúde, em vez de tratar das epidemias, dá prioridade às coisas de inteligência e espionagem", disse. A Fence presta serviço à Saúde, seu contrato tem um teto de até 1,87 milhão de reais em 2002 e é extraordinariamente mais alto que os firmados com outros órgãos públicos. Isso, porém, não quer dizer que a Fence faça serviço paralelo de espionagem para o Ministério da Saúde ou para o candidato tucano. No plano das hipóteses, qualquer um é livre para desconfiar disso – mas é preciso reconhecer que não surgiu até hoje indício algum nesse sentido.
José Sarney ocupa um lugar curioso na política brasileira. Em 1985, no ponto mais alto de sua carreira, uma fatalidade – a morte de Tancredo Neves – empurrou-o à Presidência da República. Hesitante, Sarney não queria assumi-la, depois se sentou à cadeira e retalhou o ministério entre o maior número possível de partidos para que ninguém ficasse de fora. Fez um governo lamentável, com três planos econômicos fracassados e uma inflação que, somando-se seus cinco anos de governo, bateu em 1.850.000%. Deixou o Palácio do Planalto com índices de rejeição astronômicos, que variavam de 60% a 80%. Retirou-se para o Maranhão e teve de recorrer a outro Estado – o Amapá – para se eleger senador. Com o tempo, cioso de sua condição de ex-presidente, Sarney se recuperou lentamente. Acabou por tornar-se um decano entre os políticos. Passou para segundo plano sua história de oligarca que montou um império no Maranhão, graças às vantagens oferecidas pelo domínio político. Sua Presidência frágil também foi pouco a pouco perdendo nitidez na bruma do passado. Isso também aconteceu, guardadas as diferenças de circunstâncias, com o presidente americano Richard Nixon, que deixou a Casa Branca desmoralizado, recuperou a imagem e morreu como estadista, requisitado para conselhos e conferências. Uma pesquisa recente, anterior à devassa na empresa de Roseana e Jorge Murad, mostra essa transformação de Sarney. No levantamento, ele aparece como o segundo presidente mais popular do país – perdendo apenas para Getúlio Vargas e ficando à frente de Juscelino Kubitschek.
O escândalo do dinheiro apreendido na empresa do genro respingou também na imagem de Sarney. Com o discurso da semana passada, o ex-presidente perdeu um pouco mais de sua aura de estadista. Ao fazer acusações exageradas e uma defesa fraca dos balangandãs da filha e do genro, parecia ter voltado aos tempos do coronelato maranhense, tentando desenrolar sua família de um rolo com a Sudam. Reclamando de pressão alta, Sarney deixou o plenário e nem ouviu a resposta a seu discurso, apresentada pelo senador Artur da Távola, líder do governo, cujo tom central foi a tentativa de emoldurar o ex-presidente como patriarca de uma oligarquia decadente. É um momento difícil para quem, como disse Sarney no discurso, pretendia terminar seus dias dedicando-se à literatura, longe da luta partidária. Sua filha, antes mesmo de Sarney fazer o pronunciamento, percebeu o tamanho do barulho. Em conversa com um político íntimo, ela confessou, em tom de lamento: "Joguei o nome da minha família na lama". Na tentativa de preservar Sarney, insistiu para que o pai não se expusesse para defendê-la. Sarney não lhe deu ouvidos.
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Oposição enfrenta fantasma do encolhimento na Câmara
AE - Agência Estado - 22-07-2010
Indo no popular é mais ou menos o seguinte...Oposição está falando assim: "Esse porra desse barbudo operário, anarfa, ferrou nóis...chama nossa turma de padeiros e manda dossiê pro povão..." De boa...sem saca meu!!!
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Afif, do DEM, tem maior patrimônio entre vices de SP
AE- Agência Estado - 22-07-2010
Meu!!! O Afif é o cara do Impostômetro...Explicou que é devido a venda empresa familiar do ramo de seguros...putz meu!!! Será que não tem umas historinhas nessa parada...sei não...estamos de OLHO VIVO nessa parada....
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Turma vamos que vamos>>>>>>>>>>>>>>>>>
Estamos de OLHO VIVO>>>>>>>>>>>>>>>>>
Bobeou saiu no aqui>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Pisou nos colocamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ciao>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ela está me esperando>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
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