DON S PAULO TERRANOVA

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O L H O
 V I VO
S.Paulo Terranova



_________________________________________________
É interessante!!! Muito!!! Pessoal da campanha do Serra consegue explicar esse lance publicado pela revista Carta Capital a época da privatização das teles ou vamos continuar  enganando a imprensa e a população...OLHO VIVO  neles!!!
Estamos com a campanha do http://www.vovoalbertina.blogspot.com/. "    
"CALA O BICO TUCANOS"                       

                          PRIVATIZAÇÃO
                          SOB SUSPEITA
Diálogos exclusivos dos grampos no BNDES acentuam a interferência do governo no leilão da Telebrás 
BOB FERNANDES

O negócio tá na nossa mão, sabe por que Beto? Se controla o dinheiro, o consórcio. Se faz aqui esses consórcios borocoxôs, são todos feitos aqui. O Pio (Borges, vice-presidente do BNDES) levanta e depois dá a rasteira. (Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações, em conversa com o irmão José Roberto, secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior.)
Temos que fazer os italianos na marra, que estão com o Opportunity. Combina uma reunião para fechar o esquema. Eu vou praí às 6h30 e às 7 horas a gente faz a reunião. Fala pro Pio que vamos fechar (os consórcios) daquele jeito que só nós sabemos fazer. (Luiz Carlos Mendonça de Barros para André Lara Resende, presidente do BNDES, sobre a intenção de operar em favor do consórcio integrado pelo banco de investimentos Opportunity e a Telecom-Itália.)
Vai lá e negocia, joga o preço para baixo. Depois, na hora, se precisar, a gente sobe e ultrapassa o limite. (André Lara Resende para Pérsio Arida, sócio do Opportunity.)
A revista CartaCapital ouviu fitas gravadas na presidência do BNDES. A revista Veja conta ter tido acesso às duas fitas que o governo enviou para a Polícia Federal. São muitas as fitas. Fala-se em 27, mas certeza só tem quem participou dos grampos. As fitas ouvidas por CartaCapital têm trechos – os explosivos fragmentos acima – que, pelo relato de Veja, não constam das fitas repassadas pelo governo à Polícia Federal. É certo que são fitas editadas, como tem repetido o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, mas é certo também que os diálogos ouvidos por CartaCapital existem e, claramente, não são uma montagem. Têm uma seqüência – sem espaços – e uma lógica que indicam extrema dificuldade para uma edição de diálogos.
Um salto audacioso
Lara Rezende teceu com Mendonça de Barros um enredo explosivo
FILHOS CORRETORES. Das fitas que se conhece, as gravações mais importantes foram feitas entre 21 de julho e 12 de agosto últimos, mas os grampos na sala da presidência do BNDES (os diálogos em celulares são capturados) foram instalados no início deste ano.
O alvo principal era o ministro Mendonça de Barros, então presidente do BNDES. Seus adversários buscavam, com os grampos, conversas entre Mendonça e seus filhos, Marcello e Daniel. Nas fitas por ora na praça não há registros de tais conversas.
Os filhos do então presidente do BNDES tornaram-se sócios-proprietários de uma corretora na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A Link Corretora de Mercadorias Limitada,  registrada na Junta Comercial em 2 de fevereiro, quatro meses depois, em junho, já era a terceira operadora no ranking de volumes de operações no mercado de Índice Bovespa futuro.
Cerca de 40% desse índice, então, era composto pelas ações da Telebrás. Empresa sob comando do ministro. E que seria privatizada em operação de R$ 22 bilhões pilotada por Mendonça de Barros, o pai.
Oportunidade
Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central, está no Opportunity, na Vale, na sala do BNDES e nas conversas gravadas
PÉRSIO E OS ITALIANOS. O leilão de privatização do Sistema Telebrás deu-se no dia 29 de julho. O central e incisivo numa seqüência de mais de 30 conversas grampeadas é a tentativa de favorecer um consórcio que uniria o banco de investimentos Opportunity e a Telecom-Itália.
"Os italianos", como diz o ministro Mendonça de Barros inúmeras vezes ao longo dos diálogos. Favorecer "os italianos" em detrimento do consórcio Telemar, formado pelo Grupo La Fonte (do empresário Carlos Jereissati), a Andrade Gutierrez, a Brasil Veículos, Macal e Aliança do Brasil. O Fundo de Previdência do Banco do Brasil, a Previ, é peça decisiva nas negociações e nos telefonemas.
Mendonça de Barros, o presidente do BNDES, André Lara Resende, Pio Borges, vice-presidente do BNDES, e Pérsio Arida, sócio do Opportunity, combinam como pressionar a Previ para que feche com "os italianos" e o Opportunity.
O presidente na linha, ENFIM, A EXPLOSÃO. Nos telefonemas, o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, chamado de "a bomba atômica", é instado a pedir à Previ que feche com o Opportunity. O mesmo se dá com o diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira.
As conversas e a montagem de pressões chegam ao auge quando Mendonça de Barros sugere:
— Temos que falar com o presidente.
E André Lara Resende responde:
— Isso seria usar a bomba atômica.
André Lara Resende usa a bomba atômica. Em telefonema, pede ao presidente Fernando Henrique Cardoso:
— Precisamos convencer a Previ.
Na conversa com o presidente (que também não consta na reprodução das duas fitas em posse do governo), Lara Resende não cita o interesse dos "italianos" que freqüentam seus diálogos com Mendonça de Barros. Ao presidente da República, repassa outra informação:
— Os portugueses (Telecom Portugal) estão interessados...
No mesmo telefonema para Fernando Henrique, o presidente do BNDES tece considerações sobre a "necessidade de um operador estrangeiro" etrata como "aventureiros" os integrantes do Telemar, que não disporiam de "capacitação técnica".
Ao final do telefonema, o presidente diz que vai falar com a Previ. Não se sabe se falou ou não. A Previ ajudou alguns dos seus sócios no consórcio Telemar a bancar o pagamento da compra da Tele Norte Leste. Já o Opportunity ficou com os italianos na Tele Centro Sul.
Prodígio
A corretora Link, criada em 2 de fevereiro pelos jovens Mendonças, quatro meses depois era a terceira no Ibovespa Futuro
QUESTÕES SEMÂNTICAS.
Outro trecho que parece ausente nas fitas do governo – ao menos de acordo com o relato de Veja –, é a referência ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, e ao secretário executivo Pedro Parente. Conversam Mendonça de Barros e Lara Resende. O ministro das Comunicações refere-se aos companheiros de governo Malan e Parente como "babacas".
O ministro Mendonça de Barros, em suas versões orais editadas para a imprensa, tem relatado apenas o carinhoso diminutivo "babaquinha", e dedicando-o apenas a Parente. O ministro Malan e Parente seriam "babacas" por terem aceitado argumentos do consórcio Telemar e, quiçá (aqui trata-se de uma ilação não obtida em fitas), por divergirem do conjunto da obra. A propósito de divergências, há outras entre o que ouviu CartaCapital e o que se divulgou das fitas do governo.
Mendonça de Barros, nas fitas, chama integrantes do consórcio Telemar de "ratada", e não "rataiada", conforme relatos oficiais do próprio reproduzidos pela imprensa. As já anunciadas investigações do procurador-geral da República, dr. Geraldo Brindeiro, por certo esclarecerão essa pinimba semântica quanto a roedores.
ALGUMAS CONTRADIÇÕES.
Mendonça de Barros, que iria ao Senado prestar esclarecimentos na quinta-feira, 19, nesta segunda quinzena de novembro tem repetido, em conversas, os argumentos da incapacidade técnica da "Telegangue", da "ratada " – ou, "rataiada". Informa, ainda, que gestões suas, suprimidas nas fitas gravadas, foram feitas também em favor da formação do consórcio Telemar. Restam, então, duas questões.
Por que o ministro, ou quem de direito, não se valeu das regras do processo de privatização para desqualificar uma empresa que não tinha "capacidade técnica"? Por que, uma vez que se tratava de uma "Telegangue", a empresa, mais uma vez, não foi afastada do processo?
A intervenção deu-se apenas no instante em que o Telemar comprou a Tele Norte Leste, com suas 16 operadoras de telefonia fixa na faixa entre Rio de Janeiro e Amazonas.
Na hora da liquidação da compra, o BNDES interveio e arrebanhou para si 25% das ações do Telemar, alegando tratar-se de um consórcio "chapa-branca", devido às seguradoras terem capital estatal. Mais uma vez, pergunta-se: por que o consórcio não foi desqualificado a tempo?
A PEÇA-CHAVE. Vale lembrar. O Tribunal de Contas da União determinou inspeção no BNDES para apurar a legalidade e a regularidade dos atos dos dirigentes da entidade nessa operação. Se o consórcio é "chapa-branca", a ação do BNDES o tornaria ainda mais chapa-branca. Não fosse, é claro, a intenção do ministro em fazer a Telecom-Itália entrar no jogo.
Peça-chave em todas as negociações, e nos diálogos grampeados, é a Previ. Recordemos, então, outra porção do processo de privatização, a da Vale do Rio Doce. À época, a Previ, que parecia compor-se com o grupo capitaneado por Antônio Ermírio de Moraes, à última hora bandeou-se para a nau pilotada por Benjamin Steinbruch.
O mesmo Opportunity integrou também o consórcio vencedor na privatização da Vale. Mais: o mesmo banco Oppportunity, do mesmo Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central no atual governo, tem assento no conselho de administração da Vale. Segundo palavras do próprio ministro Mendonça de Barros, quando do leilão da Vale, o mesmo grupo de senhores "estimulou a competitividade".
O BEM DA PÁTRIA.
Revela o ministro que, então, procurou a Previ – que negociava com Ermírio – e pediu que o fundo entrasse no consórcio da CSN. Tudo em nome da competitividade e, é claro, pelo bem da Pátria.
Naqueles dias, em entrevista à Veja, Antônio Ermírio bateu duro na operação e cutucou o presidente Fernando Henrique. No domingo, 21 de setembro de 1997, a caminho de Fortaleza, vindo de Sobral, o ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, disse a CartaCapital:
— O Antônio Ermírio é inteligente. Viu que querem engoli-lo, e berrou a tempo. Agora, pode dizer ao presidente que não é bem aquilo o que ele disse, mas não vão mais atropelá-lo.
Ermírio não mais foi atropelado. Nos leilões de privatização do setor elétrico no Rio Grande do Sul e São Paulo, a Previ estava ao lado do Grupo Votorantim.
No caso do Telemar, em que pesem as pressões de integrantes do governo para que a Previ jogasse preferencialmente com "os italianos" e o Oppportunity, é preciso recordar que o Fundo do Banco do Brasil – que terminaria integrando o Telemar – tem antigas e extensas relações de negócios com o Grupo La Fonte, de Carlos Jereissati.
E O QUE DIZ A LEI? Nas fitas, o sócio do Opportunity, Pérsio Arida, não apenas surge em conversas com André Lara Resende, como é anunciada sua presença durante um diálogo. Mendonça de Barros, enquanto negocia com Jair Bilachi, presidente da Previ, para que o fundo se una ao Opportunity informa:
— Estamos aqui eu, André, Pérsio e Pio...
Ainda nas fitas, ao comentar os mandados de segurança contra o leilão, Mendonça de Barros, em conversa com Lara Resende, cita o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, a quem se refere como "aquele pavão". A propósito de juristas, talvez seja útil recordar alguns artigos da Constituição, da Lei de Improbidade Administrativa e da Lei de Licitações.
Diz o artigo 37 da Constituição que a administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, Estados, do DF e dos municípios, obedecerá:
...aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade... Desses, dois são fundamentais. A impessoalidade e a moralidade.
A Lei de Improbidade Administrativa, a de nº 8.429, de 2 de junho de 1992, trata de atos de improbidade que causem lesão ao Erário nos termos do artigo 100, inciso 80: Constitui improbidade administrativa frustrar a licitude do processo licitatório. Penas: perda da função pública, suspensão de direitos políticos de 5 a 8 anos..
Já a profética Lei de Licitações, a nº 8.666, de 1993, no artigo 90, diz: Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto de licitação. Penas: detenção de 2 a 4 anos. E multa.
O artigo 94 da mesma lei, proíbe: Devassar o sigilo da proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiros o ensejo de devassá-lo. Penas: detenção de 2 a 3 anos. E multa.
É importante observar: em nota distribuída na segunda-feira, 16, o Ministério das Comunicações admitiu conhecer o valor da proposta do consórcio liderado pelo Opportunity no leilão da Tele Norte Leste. Está dito na nota que a oferta do Opportunity era superior à do Telemar em R$ 1 bilhão. O lance do Telemar foi de R$ 3,43 bilhões.
IMPROBABILIDADE ADMINISTRATIVA. A informação, percebida em seu teor, mas não em seu valor nas conversas grampeadas, e reafirmada na nota oficial, surpreende. O lance do Opportunity, ainda lacrado, foi destruído no pregão da bolsa de valores.
Recordemos, por fim, o artigo 11, inciso 30 da Lei de Improbidade Administrativa: Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo. Penas: suspensão de direitos políticos de 3 a 5 anos e multa de até 100 vezes o valor da própria remuneração.
Por fim, a Constituição, no artigo 50, inciso 73, reza: Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo à moralidade administrativa.
A divulgação da fitalhada, segue duas lógicas. Numa matriz, a de quem grampeou os telefones, ou recebeu o produto dos grampos. A lógica destes é pressionar – chantagear, sustentam o governo e os seus – o governo, ou setores do governo. A lógica na outra matriz é a do governo, no roteiro da divulgação.
CONTEÚDO MINADO.
No primeiro final de semana de novembro, a fitalhada, junto com o papelório que teria vindo das Ilhas Cayman, surge nas páginas embrulhada como mera chantagem. Pari passu com a armação caymanesca. Em um salto extraordinário, uma semana depois, a fitalhada ganha contornos, e conteúdo, de escândalo para, em seguida, ir tendo seu conteúdo minado.
No intervalo, na quinta-feira, 12, em ação incomum até para quem conhece Brasília a fundo, o ministro das Comunicações faz sua edição primeira, oral e antecipada, das fitas. Dá detalhes, minúcias e explicações sobre o quê? Sobre algo que nem sequer se conhecia e que, depois, por ele mesmo seria renegado como um conjunto de montagens.
Tudo não teria passado de um enredo de conversas patrióticas, de homens públicos interessados em estimular a competitividade e elevar a Pátria. Apesar da oposição, aqui e ali, dos babacas – ou babaquinhas –, da ratada – ou rataiada – e de um conjunto de comunistas que, à frente, tinha um ou outro pavão.
Nem o ministro nem os envolvidos imaginam ter atropelado em qualquer momento algum item de um conjunto que resulta em algo conhecido como Estado de Direito. Grampos telefônicos, ninguém desconhece, ferem também o tal Estado.
VERSÕES ESTRANHAS
Se, ao se ouvir as fitas, ou mesmo o que vem dizendo o ministro, alguém manifestar dúvidas sobre onde começa o BNDES e onde termina o Opportunity, assim como o vice-versa, a resposta estará pronta:
—Trata-se de uma chantagem, propiciada por grampos, e tudo não passa de uma montagem.
Quanto à chantagem, imagina-se que os chantageados sabem o que estão dizendo. Grampos, escuta ilegal, segundo o tal Estado de Direito, dá cadeia. Uma vez que o presidente da República recebeu a fitalhada em mãos, estranha-se que só após o vazamento, quase um mês depois, tenham sido acionadas a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República.
Da mesma forma, estranhas são as versões do governo. Primeiro, a captura das fitas teria sido obra dos espiões da agência de inteligência, a Abin. Depois, elas teriam chegado às mãos do general Cardoso após terem sido encontradas debaixo de um viaduto. Há aí um ruído.
Como, admitiu o próprio Lara Resende em conversa com o ex-deputado Aloísio Mercadante, o presidente havia recebido as denúncias, fica sem se saber quem foi até o viaduto: o general Cardoso, um dos seus agentes, ou o próprio presidente?
ANDRÉ ADMITE.
Por fim, a montagem. Nesse quesito, dá-se outro bololô. Ora o conteúdo das fitas é admitido. Lara Resende, por exemplo, ao receber o relato de Mercadante, confirmou a veracidade dos diálogos expostos. O ministro Mendonça de Barros, na suas edições-orais-oficiais republicadas pela imprensa, em um momento dedica-se a explicar o teor de fitas que não têm valor e, noutro instante, empenha-se em desqualificar as fitas.
As fitas existem. Os diálogos existem. As fitas ainda são muitas e, com o passar do tempo, mais ainda deverão surgir. Sempre que surgirem, anote, primeiro se discutirá a forma, o grampo (criminoso, ilegal, dá cadeia, como todos já sabem), não apenas por ser isso inescapável, mas de forma que a discussão da forma empane, se possível, o conteúdo.
Da junção da fitalhada com o obscuro papelório das Ilhas Cayman, é possível observar algo. O papelório, sem origem oficialmente conhecida e, ao menos até agora, sem confirmação de absolutamente nada decisivo, informa haver uma conta bancária no Exterior em nome do presidente da República, do governador Mário Covas, do ministro José Serra e do finado ministro Serjão Motta. Gilberto Miranda é tido como um dos autores da Operação Cayman.
DIGITAIS COMPROMETEDORAS.
O que parece pouco crível (uma vez que, posta de lado a discussão, importante, sobre o caráter dos envolvidos, uma operação do gênero exigiria enorme ingenuidade), torna-se ainda mais estranho quando se sabe o nome de alguns dos personagens da história.
Nela, percebem-se as digitais de Fernando Collor, Paulo Maluf, Lafaiete Coutinho, Gilberto Miranda, Cleto Falcão, etc., etc., etc... Ao que parece, seriam 40 ao todo. Não se sabe se a reunião decisiva deu-se no Brasil ou na Flórida. Nem se foi realizada em uma caverna.
Porque, ainda que diante da precariedade do até agora conhecido no papelório, dúvidas surjam quando Fernando Collor, com seu rútilo olhar, murmura: "Quero ver se ele (o presidente Fernando Henrique) vai manter toda essa indignação daqui a três meses". Por que o frisson quando um dos 40 alerta que o papelório sustentaria "seis homeopáticos meses de campanha"?
O que não existe como comprovado – ao contrário da física evidência das fitas –, sobrevive. Talvez, para buscar uma explicação, seja útil ressuscitar o conceito das duas éticas sempre exposto pelo professor Fernando Henrique Cardoso.
RELENDO WEBER.
O conceito, segundo os que são do ramo, seria uma cardosiana releitura de escritos do sociólogo alemão Max Weber. Uma das éticas, expôs o professor, valeria para a política e seus interesses. A outra, valeria para o resto da sociedade. Na verdade, sabem todos, é o que acaba se dando.
Haveria, no entanto, uma regra nesse dueto de éticas. O que vale para a política deve permanecer subjacente, silencioso. Quando exposto, há o choque, traumático, com a ética da sociedade. Remember o ocorrido quando do vazamento das leis de Ricupero, e da necessidade do seu imediato afastamento.
Quando, como no caso da fitalhada, o que deve permanecer subjacente emerge e não são tomadas providências, o embaralhamento das duas éticas leva a um encurtamento de distâncias. Se o que está na fitalhada não é nada, é coisa sem importância, apenas um conjunto de atos patrióticos, torna-se possível que, quem sabe, não soe tão pouco crível algo com as digitais de Collor, Lafa, Maluf e Cia.
O presidente da República diz que "deveria estar na cadeia" quem está por trás do papelório, numa clara referência a Fernando Collor. Pois bem: Collor foi condenado a pagar uma multa superior a US$ 1 milhão pelo Conselho de Contribuintes. Valesse uma lei dos dias do próprio Collor, ele poderia ter sido preso.
AS DUAS ÉTICAS.
A lei, que tratava do Imposto de Renda, permitiu a captura de PC Farias. Porém, enquanto se comiam castanhas e perus, no dia 26 de dezembro de 1995, o presidente Fernando Henrique sancionou a Lei 9.249, na qual o artigo 34 extinguiu a pena de prisão para sonegadores, desde que paguem a dívida antes da denúncia. Lei votada na Câmara com 101 emendas e relatada por quem seria seu ministro mais adiante e havia sido ministro de Collor: o deputado Antônio Kandir.
Ainda quanto às duas éticas do professor Cardoso. Quando ambas se confundem, desaparecem os parâmetros. Cayman parecem ser tão reais quanto, por exemplo, os telefonemas no BNDES. Ainda que nem seja. O caso da fitalhada é ainda mais difícil de ser abordado por uma outra característica destes tempos e deste governo.
Empresas de comunicação, muitas, são sócias do processo de privatização. Disputaram e venceram nacos da telefonia – celular e convencional –, das TVs a cabo, dos pagers, etc., etc. Negócios de bilhões e bilhões de dólares. O Lafa enfiou-se na mesma Operação, em companhia da velha turma.
Depois, escafedeu-se
PRESSÕES CRESCENTES.
Legalmente, não há problema algum em tais associações, mas, num instante em que surgem severas suspeitas em relação à privatização da Telebrás – onde também estão empresas de comunicação –, como esperar que poderosos setores da mídia investiguem, com o devido apuro e a propalada isenção, um processo ao qual tantos estão, direta ou indiretamente, associados?
Não por acaso são crescentes as pressões do ministro das Comunicações sobre determinadas empresas. Não por acaso, em algumas redações, o reportariado – sempre disposto e ávido, é bom lembrar – está a festejar o rompimento do lacre.
Como nos idos do governo Collor, pode estar-se aproximando a hora do Grande Salto. Aqui e ali, quem atacava os pessimistas e chorões em artigos, colunas e matérias, começa a criticar os juros – mas não ainda os responsáveis –, as dívidas – mas sem nominar seus autores – e a dependência externa – ainda que sem responsabilizar o responsável.
Crise econômica, expectativa de recessão, fitalhada, rumores das Cayman, evidências de disputa – fissura? – no sistema de poder? É hora de se posicionar para o Grande Salto.
Governos, por poderosos que sejam, passam. Jornais, revistas, emissoras de televisão, rádio, pretendem ficar. Jornalistas, ainda que confiem pouco na memorabilia amarela, querem permanecer. Dias de ajustes, chi lo sa, para a possibilidade do Grande Salto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

    O L H O
   V I V O
Sergio Paulo Terranova




___________________________________________
        Revista Isto É n°1639                
    Abaixo da cinturaNo começo da tarde da segunda-feira 19, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) entrou pela garagem do prédio da Procuradoria da República no Distrito Federal com o propósito de trocar munição com o Ministério Público. Estava atrás de documentos e de uma gravação que comprometeriam o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), e decidido a dar uma punhalada no presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem culpa por sua humilhante derrota na guerra pelo comando do Congresso.

Antônio Carlos Magalhães faz discurso no Senado com ataques a ministros, finge que preserva Fernando Henrique Cardoso, mas vai ao Ministério Público dar dicas de como "pegar" Eduardo Jorge e envolver o presidente nas denúncias de corrupção.
Andrei Meireles e Mino Pedrosa



Depois de ter desempenhado papel decisivo para impedir que as denúncias contra o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira fossem apuradas, ACM reabriu o caso EJ. “Os dados que vocês receberam do Eduardo Jorge estão incompletos. O que pega Eduardo Jorge são os sigilos bancários de 94 e 98. Se pegar o Eduardo Jorge, chega ao presidente”, assegurou, para surpresa dos procuradores. Na realidade, ACM estava fazendo seu habitual jogo duplo: pelas costas, engrossou a voz e atiçou o Ministério Público contra o presidente, enquanto no discurso que pronunciou no dia seguinte no Senado afinou, numa tentativa de manter intacto seu naco de poder no governo federal. Mais um tiro no pé. “Isso é coisa de chantagista”, desabafou Fernando Henrique, ao ser informado dessa nova traquinagem de Antônio Carlos. A interlocutores, prometeu, mais uma vez, demitir os ministros das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, e da Previdência, Waldeck Ornelas.
_________________________________________________
                 A metralhadora de Antônio Carlos








Eduardo Jorge Caldas Pereira
(ex-secretário-geral da Presidência)
“Os dados que vocês receberam do Eduardo Jorge estão incompletos. O que pega Eduardo Jorge são os sigilos bancários de 94 e 98. Se pegar o Eduardo Jorge, chega ao presidente”
                                          Grampos

“Na gravação de corrupção dos deputados está na cara que as vozes são deles. O grampo tem valor. Não tem nada mais digno de credibilidade do que uma voz. Enquanto ministro, nunca mandei fazer esse tipo de investigação. O SNI botava militares como operários, vestidos de macacão, dentro da telefônica para fazer a escuta”
                                Jader Barbalho (presidente do Senado Federal)

“Um empresário de Mato Grosso me procurou, chorou em minha casa. Ele pagava a Jader. Tinha de dar a entrada do dinheiro no Basa (Banco da Amazônia). O cara do Ministério Público estadual fez sumir os cheques que incriminavam o Jader. O banco, que era o Itaú, passou tudo para o Banco Central. Mas só me dão se eu entrar com uma ação popular ou uma CPI. Parece que esse processo já até prescreveu. (...) O governo participou da operação para ajudar o Jader, mesmo sabendo desses casos de corrupção no DNER”
                           Eliseu Padilha (ministro dos Transportes)
“Eu vou provocar, acusar. Eu tenho uma estratégia, vou acusar e ele vai me interpelar. Aí eu vou confirmar que eu chamei ele de Eliseu Quadrilha e que a quadrilha dele é essa mesmo. E vou pedir a exceção da verdade”
                                  Siqueira Campos (governador do Tocantins)
“O Jader está enrolado com o Siqueira no Tocantins. Tudo que tem de irregularidade lá o Jader está junto”

                                        Discurso
“Amanhã vou fazer um discurso calmo, sem xingamentos. Vou listar vários casos.
Mas como tem gente na imprensa, o Villas Boas Correia, que me aconselhou a não
dizer tudo de uma só vez, vou guardar. Agora vem o Carnaval e não vale a pena, vou
deixar para depois do Carnaval”
                                        Comissões
“Eles vão tentar evitar que eu vá para a Comissão de Constituição e Justiça
e a Comissão de Economia. A Comissão de Fiscalização e Controle na prática não
existe. Mas comigo passaria a existir”
              Geraldo Brindeiro (Procurador-geral da República)
“ Quem é nomeado sempre quer agradar a quem nomeia. O Brindeiro tem
incomodado vocês?”
Pra vocês verem como são as coisas, esssas frases são do Antônio Carlos Magalhães...Índio cuidado...ainda você recebe um sopro do Cacique Toninho e explode...De boa meu...Te cuidas...
_______________________________________________     
               REVISTA CARTA  CAPITAL      
                  GRAMPOS & CABEÇAS

                  
                     CASOS DE POLÍCIA
A PF de Chelotti trama para acobertar escândalos, intimidar o topo da República e perpetuar-se no poder
POR BOB FERNANDES
"Eu sou o J. Edgar Hoover do Brasil."
Vicente Chelotti, diretor-geral da Polícia Federal.
John Edgar Hoover (1895-1972) é uma lenda norte-americana. Dirigiu o FBI por 48 anos e fez de um cabide de empregos para burocratas uma das mais importantes organizações policiais do mundo. Hoover tornou-se célebre também por criar e manter arquivos implacáveis contra inimigos ou potenciais adversários. Vicente Cherve Chelotti, 47 anos, diretor-geral da Polícia Federal, entre amigos costuma comparar-se a J.E.H. O chefe da Polícia Federal, ao completar o quarto ano no cargo, alinha adversários de extraordinário porte. Não conta com a simpatia do chefe da Casa Militar, general Alberto Cardoso. Tem inimigos na Secretaria de Assuntos Estratégicos, na Procuradoria-Geral da República, no Congresso e no Palácio do Planalto, como se verá ao longo deste relato. CartaCapital, em um ano de apurações, e em conversas com graduadíssimo personagem do setor de informações do governo, chega a um conjunto de 38 fitas grampeadas com conversas de Chelotti - e entre chefões e agentes da Polícia Federal.
FHC E O SIVAM. As fitas grampeadas, ainda que explosivas, são apenas parte desta história. O grampo é motivo e conseqüência. O grampo é, a um só tempo, gerador e espelho da degradação, e da absoluta desproteção a que estão entregues os cidadãos. Sem exceções. Os enredos que antecedem e se completam com a fitalhada grampeada, as conexões e personagens remetem aos porões do Brasil.
Logo no primeiro capítulo desta história - uma crônica de usos e costumes -, a presença do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, grampeado pela Polícia Federal na origem de um escândalo que se tornaria conhecido como Sivam. Do Sivam, e do presidente, se tratará na seqüência. Adiante-se que, por decorrência daquele grampo, Chelotti tornou-se vitalício na direção da Polícia Federal. É dele a frase, repetida inúmeras vezes em reuniões com os mais próximos, entre um e outro gole de vinho. Eventualmente, um uísque:
- Tenho o homem na minha mão, não saio daqui.
BOLSONARO EXPLICA. De outro compartimento, mas também ele um freqüentador dos porões, o militar-deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ), em discurso no Congresso no último 22 de janeiro, escancarou. Com todas as letras, disse o que o submundo, e o Palácio, já ouviram:
- Na questão do Sivam, alguns assinaram um requerimento de CPI, mas foram chamados pelo governo e retiraram a assinatura. Há muita coisa naquela fita. Tanto é verdade que o cabo da guarda, nosso querido Vicente Chelotti, continua intocável até hoje; ninguém mexe com ele, porque ele carrega embaixo do braço fitas com gravações de conversas escusas do senhor Fernando Henrique Cardoso. Por isso é que ele não cai. Cai o coronel, o Estado-Maior, mas o cabo da guarda permanece lá, altivo, ninguém mexe com ele. É o país da corrupção, da sacanagem. Abram um processo contra mim, cassem meu mandato...
Nessa tarde do Congresso, e desde então, fez-se o silêncio dos velhos cemitérios. É também de autoria de Chelotti, como se nota na reprodução de diálogos grampeados, a bravata de quando Íris Rezende se tornava ministro da Justiça: "Eu já conhecia ele como ministro da Agricultura. Ah, dou-lhe três tapas".
ACM INVESTIGADO. Nestes dias, o Hoover verde-amarelo persegue nova, fornida presa. A edição de dezembro da Sindifolha (publicação do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal) traz Chelotti na capa. Em editorial, Fernando Honorato, presidente do sindicato, atira:
- Bastou o diretor-geral da Polícia Federal dizer que, caso necessário, ouviria o presidente da República, Fernando Henrique, sobre o caso das contas nas Ilhas Cayman, para que o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, se manifestasse de forma enérgica, como é do seu feitio, e depreciativa, como é da sua "malvadeza", para com a Polícia Federal...
O editorial dos dias de Natal, com mira assestada em ACM, se conjuga com outras ações. Vicente Chelotti e o núcleo da PF a ele próximo acompanham com extrema atenção um dos 30 inquéritos sobre a quebra do Banco Econômico. Especialmente o inquérito 01314/96 SR/Bahia, em cujo apenso 1 figura uma preciosa relação.
Esta folha - objeto de comemorações no 9º andar da sede da Polícia Federal - traz a lista de acionistas da Allied-Trans World Trade Company, uma empresa financeira nas Ilhas Cayman. Encabeçada, como pessoa física, pelo ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, a listagem traz em 9º lugar como maior acionista no geral, e em 6º, como pessoa física, Antônio Carlos Peixoto de Magalhães. Com 80.327 ações. Gaúcho de Faxinal do Soturno, o delegado Chelotti parece gostar de batalhas de porte descomunal. Não por acaso, vez por outra, está ele a repetir:
- Aqui é macho, macho.
FORÇA SINDICAL. Descendente de colonos italianos, em fevereiro de 1995 Chelotti chegava ao topo de uma carreira iniciada como agente em 1972. Foi, nesses anos, presidente da Associação Nacional dos Servidores do DPF, presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, vice-presidente da Confederação Nacional dos Delegados e vice-presidente do Conselho dos Chefes da Polícia Nacional dos países do Mercosul.
O sindicalismo é o instrumento do poder do Hoover tropical. Um sindicalismo de resultados. Como se perceberá na transcrição de diálogos nas próximas oito páginas, Chelotti montou País afora, com a ajuda de porções de associações e sindicatos de servidores, agentes e delegados da PF, uma rede. Em cada Estado, em cada região, agentes e delegados trabalham para a polícia e, ainda mais, para manter Chelotti e seu núcleo no poder.
Também nas fitas estão claras as motivações. Há de tudo. Batalhas, articuladas entre os sindicalistas, por salários retidos a cada plano econômico, brigas por privilégios corporativos, pelo poder. Há, seria inevitável num cenário como esse, conversas sobre comissões a serem pagas, dinheiro a ser dividido, falsificações, interrupção de investigações, ameaças, bravatas. Longuíssima é a lista. Estarrecedoras são algumas das conversas, patéticas são outras. Impublicáveis, por decisão de CartaCapital, extensos trechos.
GOLBERY DO CHELOTTI. Um agente freqüenta boa parte dos diálogos grampeados. Conversa com superintendentes de todo o Brasil, trama com agentes, delegados, sindicalistas, dá ordens, ameaça, deixa claro que detém o poder.
E todos sabem que ele detém o poder. O grampo, feito fora da sede da PF, capta as ligações para seu celular ou seu telefone no gabinete do 9º andar, anexo ao gabinete de Chelotti, o ninho do poder. O agente é Celso Lemos, o Cabeça, ou o Golbery do Chelotti , como é conhecido.
Celso, oficialmente, está afastado do trabalho. Mas despacha na mesma sala, o tempo todo. Como ele, Jairo Helvécio Kullmann (superintendente da PF no Rio), o ex-chefe de gabinete Lasserre Kratzel Filho e Mauro Spósito, superintendente em Manaus. Todos, investigados pelo Ministério Público por suposta malversação de verbas de um convênio entre o DPF e o INSS.
GRAMPO NO BNDES DÁ SAMBA. Quem rastreou os telefonemas de Celso Lemos sabia aonde pretendia chegar. Ao coração do poder de Chelotti. Quem grampeou os telefones da Polícia Federal, talvez sem querer, foi muito mais longe. Chegou, como fica claro nos diálogos, às vísceras do Poder, o verdadeiro Poder, no Brasil. O grampo, imoral, ilegal, até mesmo por isso mostra como funciona o País.
Grampos no BNDES. Coisa de escassos meses atrás. O governo, a polícia, oficialmente, investigam. Vejamos o que tramam o Golbery de Chelotti e o superintendente da PF no Rio, Jairo Kullmann:
- Celso. Nós temos também que administrar uma coisinha aqui no Rio. Aquele IPL (inquérito policial) dos grampos do BNDES, aquilo não pode ser colocado aleatoriamente aqui não, hein?
- Já tá instaurado aí?
- Não, não. Deve vir daí, mandado.
- Hã, tá, tá, tá.
- Porque o negócio (os grampos) foi aqui na Telerj e não pode cair numa Delecoi (Delegacia de Combate ao Crime Organizado, da PF) nossa, porque esse pessoal aí, amigo, é sem controle...
- Não, não, acho que ele vai mandar o Lorens (chefe do Centro de Dados Operacionais).
- Tá bom, tá bom. Se o Chelotti tem o controle do cara, tá bo
- Tem absoluto controle.
- Porque isso aí a gente conversa segunda-feira, isso aí dá samba.
- Dá um bom samba?
- Muito samba.
SILÊNCIO SOBRE SERJÃO. Outro samba pode ser encontrado na apuração de uma suposta e milionária conta bancária nas Ilhas Cayman. Conta que, segundo denúncias de outubro último vazadas no circuito do malufismo e dos colloridos, pertenceria ao presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, ao governador de São Paulo, Mário Covas, ao ministro da Saúde, José Serra, e ao falecido ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta.
Paulo de Tarso, jovem delegado, foi designado por Chelotti para apurar a versão de uma fantasiosa conta conjunta. O mesmo Paulo de Tarso, em conversa com colegas, mostrou-se surpreso e, diga-se, surpreendeu-os com seu relato:
- O Chelotti foi às Ilhas Cayman; a Interpol já tinha ido, e eu só soube pelos jornais, mesmo presidindo o inquérito. (O presidente do inquérito deveria, obrigatoriamente, ser informado, mesmo que esta tenha sido uma decisão do diretor-geral da Polícia Federal). A surpresa dos colegas de Tarso aumentaria:
- O Chelotti me disse que, lá nas Cayman, perguntou sobre a conta. Perguntou sobre o presidente Fernando Henrique e disseram que não tinha nada no nome dele. O mesmo com o Covas e o Serra. E disse que quando perguntou sobre o Sérgio Motta, o cara fez silêncio, disse que não poderia informar mais nada.
DEFINE-SE A ESTRATÉGIA. O diretor-geral da PF, ao retornar ao Brasil no início de dezembro, foi ao Palácio do Planalto comunicar ao presidente da República o resultado das andanças que surpreenderam o presidente do inquérito das Ilhas Cayman. Numa conversa, grampeada, com o delegado Jairo Kullmann, Celso Lemos, o Golbery, fala sobre A Estratégia e lança luzes sobre o por que e os resultados das peregrinações do chefe:
- Por falar em Chelotti, ele foi meio infeliz ontem, hein Celso? (Havia dito que o presidente FHC poderia ser chamado a depor sobre o caso das Ilhas Cayman).
- Rapaz, foi meio infeliz mas acabou dando certo...
- É, foi, mas ele não tinha que se dirigir ao cidadão, àquele, não tinha que falar no cidadão...
- É, de jeito nenhum, mas acabou dando certo, por incrível que pareça. A cotação dele hoje tá alta pra cacete. Esse cara é foda, é um cagão. (Risos de Celso). Hoje eu dei uma estratégia a ele, mas ele não tava querendo assimilar a minha estratégia...
- Certo...
- Mas, quando eu tô conversando com ele, cai um telefonema do Jobim, sabe? Recomendando a ele a mesma estratégia, e aí ele assimilou, né? Assimilou e tá pra lá agora, tá pro Planalto numa conversa. Já fez um contato comigo e tá todo feliz. Funcionou, a coisa tá a mil por hora...
PANCADAS NO PROCURADOR. Pois é. O samba está a mil por hora. Outras estratégias foram necessárias. Em 1998, pouco antes das eleições, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, trombou com Chelotti e a cúpula da PF. O embate terminaria com uma Medida Provisória que afasta do serviço policiais que estejam sendo processados. Ao telefone, Celso Lemos opera:
- Alô, Celso. Aqui é o Chico, do sindicato de Santa Catarina. Liguei para a Federação, o sindicato daqui vai cobrar para que se saia em defesa de vocês.
- A questão tá sofrendo um gerenciamento. A estratégia é esvaziar a crise pública, ou seja, na imprensa. Esvaziamento apenas temporário para que, em seguida, a gente possa dar as respectivas porradas de volta. Nessa perspectiva, o próprio Palácio do Planalto hoje já andou botando pano quente em tudo. Puxando efetivamente a orelha do seu Brindeiro, tá? Ele já tomou um puxão de orelhas hoje de manhã, a imprensa não sabe disso, mas a gente sabe. Com a puxada de orelha ele já vem se rendendo. Agora as nossas instituições de caráter privado, nossas associações, sindicatos, ficam à vontade para, com inteligência, irem dando uma porrada a cada semana. (...) Tenho gostado da linha do Leite. O tom do Leite é muito inteligente. Ele tem perguntado à imprensa: "E o Ministério Público, quem fiscaliza? Quem faxina o Ministério Público?"
Os procuradores da República e o Ministério Público não perdem por esperar. Celso passa a estratégia de Chelotti e seu grupo:
- Depois, através do próprio Ministério Público, é representar contra a imprensa, contra o próprio Ministério Público (risos) que vazou segredo de Justiça...
O Chico, do sindicato de Santa Catarina, explicita o jogo:
- E o que é que a Federação poderia fazer? (...) A gente tá junto. Eu vou cobrar da Federação pra gente correr junto.
HORA DE ENQUADRAR. Num crescendo, a criatura - ou seria o Criador? - parece querer ocupar o lugar do Criador - ou seria a criatura? Celso Lemos, o Golbery, cai no grampo mais uma vez e conta como enquadrou o diretor-geral da Polícia Federal.
- Alô, Celso? Aqui é o Daniel, do COT (Comando de Operações Táticas). Vi uma matéria no Bóris Casoy e eu tô preocupado.
- Tudo bem, hoje nós fizemos um acordo para terminar a crise e tá tudo bem conduzido. Depende só do comportamento do seu amiguinho (Chelotti), o poderoso
- Certo.
- Que ontem eu já botei nos trilhos. Botei nos trilhos bem botado, sabe? Ele tá viajando hoje, mas amanhã vai se reunir comigo de novo. Tô dando as cartas aqui agora, do ponto de vista da diretriz, do gerenciamento da crise...
(...)
- Tô acreditando que aí tem muita represália (do Ministério Público).
- Tem, Daniel, por causa do Sivam, da pasta rosa, esse conjunto todo é importante. É uma refrega com o Ministério Público, isso acentua a crise...
Com ou sem crise, as ligações de federações e sindicatos dos policiais federais seguem para o celular, ou para a mesa, de Celso. O Golbery opera. Em meio a um dos solavancos, abre o jogo. Do outro lado do grampo está Venerando, ex-presidente da Federação. Celso Lemos já tomou conta do barraco, em meio a mais uma crise:
- Celso, na sua avaliação, o Chelotti tem sobrevida? Longa?
- Longa, não. Curta. Até porque, se ele não se comportar direito, quem vai tirar a sobrevida dele somos nós, certo?
- Sim.
O PRESIDENTE ASSOMBRADO. No conjunto de 38 fitas grampeadas, multiplicam-se
ainda diálogos que mostram, em escalões variados, venda de informações, evidenciam esquemas de corrupção, de falsificações, de chantagem contra poderosos e nem tanto. Seriam necessárias dezenas e dezenas de páginas para de tudo tratar. Os leitores, por certo, não teriam tempo, e muito menos vísceras para tanto.
Do que se ouve nas fitas, restam algumas certezas: Vicente Chelotti tem, ou anuncia ter, algo que assombra o Planalto e o presidente. Mais. Na cúpula da polícia do governo se trabalhou para impedir a apuração do recheio das fitas do BNDES. Apura-se, é verdade, quem grampeou. Mas evita-se o conteúdo, como mostram os diálogos nas fitas.
Da mesma forma, a apuração de Chelotti no enredo da suposta conta bancária nas Ilhas Cayman parece ser apenas parte da Estratégia para ganhar nova sobrevida no comando da PF. O Hoover do Brasil anuncia ter "o presidente nas mãos". Espalha também controlar o prontuário de ministros.
O GRAAAANNNDE RENAN. Renan Calheiros é nomeado ministro da Justiça? Celso Lemos, o Golbery de Chelotti, trava um enigmático diálogo. Grampeado, é claro:
- Hoje é dia de posse. Tô circulando pra caramba.
- É mesmo, Celso. É o grande Renan Calheiros.
- Graaaannnde.
- Cê tá bem, hein?
- Muito bem. Macaco dezoito, borboleta treze, vaca vinte e cinco. Viado vinte e quatro. Um, é águia. (sic, equívocos na zoologia).
- Segundo é o marreco. Cobra é nove.
- Exatamente. Jogo feito.
Jogo feito. O Hoover tropical anuncia dar tapas em ministro da Justiça, e ter "o homem na mão". Vai a Cayman, desmonta uma apuração e monta a Estratégia, enquanto o seu Golbery trama desmontar outra apuração, a do conteúdo das fitas do BNDES. Com uma rede de agentes, delegados, associações e sindicatos, ergue um poderoso, e resistente, sistema de poder.
Como contrapartida, o diretor da PF não olha para o que se passa abaixo. Nem acima. Muito menos no gabinete ao lado. Mira agora, de novo, em Cayman, e no outro poderoso, Antônio Carlos Magalhães.
Sabe, no mínimo, de grampos - vide Sivam - mas, chefão da Polícia, deixa-se grampear. Vicente Chelotti, em entrevista, já disse:
- Não nasci para ser diretor da Polícia Federal. Sou cana e tenho orgulho de ser cana.
Palavras do nosso Hoover. O jogo está feito.
_____________________________________________















terça-feira, 27 de julho de 2010

   O L H O
    V I V O
S. Paulo Terranova



_______________________________________________
Serra beija eleitora! BEIJA?
Que é isso meu!!! O carequinha está beijando a própria mão e segundo saiu publicado na revista Piauí, a gente traduzindo no popular é como Justo Veríssimo..."POBRE QUE SE EXPLODA"...
* EXPL pode ser trocado por uma letra só...
DE BOA MEU!!!


_________________________________________
CAMPANHA ELEITORAL COMEÇA A ESQUENTAR
VOVÓ ALBERTINA MANDA ABRAÇOS E INFORMAÇÃO DE QUE A CAMPANHA JÁ COMEÇOU PRA VALER NO SUL DAS MINAS GERAIS E ELA ESTÁ APOIANDO DILMA, HÉLIO COSTA, FERNANDO PIMENTEL, E PARA DEPUTADO ESTADUAL, O EX-PREFEITO  PAULO TADEU...
Como Vovó é bem informada nós iremos acompanhar esses candidatos...é só entrar em contato...Nós estamos por aí...
________________________________________
 Serra ou motoserra?
http://www.conversaafiada.com.br/
Jornalista Juremir Machado da Silva - Correio do Povo
Teve uma discussão com o candidato José Serra na Rádio Guaíba. É o meu destino. Sou um franco-atirador. Coleciono altercações. A casa estava cheia. O confronto ocorreu sob o olhar atento de Natal Furucho, presidente da Record-RS. Tudo começou quando qualifiquei o vice de Serra, Índio da Costa, de desconhecido e questionei as suas declarações vinculando o PT às Farc e ao narcotráfico. Serra ficou nervoso. Partiu para o ataque. Acusou-me de ter “comprado uma pauta do PT”. Sugeriu que eu tinha simpatias petistas.
Inverteu a ordem das coisas. Passou a me questionar: “Você sabe quem é o vice da Marina?”. Respondi, com alguma perplexidade, como sempre acontece quando me sinto absurdamente testado. “Bacana”!
Nossa discussão continuou no intervalo do programa. Serra foi mais incisivo: eu estaria reproduzindo a pauta “dos petralhas”. Rejeitei essa ideia surpreso com o uso de tal expressão por um homem fino. Disse-lhe que tinha feito a pergunta jornalística mais óbvia. Ele retrucou que ninguém lhe perguntava isso em outros estados. Foi a minha vez de reagir afirmando que, sendo assim, a imprensa dos outros lugares estava muito ruim ou muito tucana. Novamente no ar, repeti alguns desses termos para embasar a pergunta seguinte. Serra acusou-me de estar usando elementos da nossa conversa no intervalo. Tratei de acalmá-lo. Puxei assuntos mais amenos. Aos poucos, ele relaxou.
Descontraiu-se. Ao final, fora do ar, desculpou-se: “Você estava certo, peço desculpas”, disse-me. Uau!
_____________________________________________
Sério...Sem casca...De boa...Numa nice...o Saint Daime é a bebida oficial da Folha...Folha meu...tudo a ver...podes crê!!!
Na Vox Populi, divulgada na última sexta-feira, 23, Dilma está com 41%, oito pontos à frente de seu principal adversário José Serra (PSDB). Na pesquisa Datafolha, divulgada no último sábado, 24, Dilma e Serra estão em empate técnico, respectivamente com 36% e 37.
_____________________________________________
Manutenção da Sabesp deixa Itapecerica da Serra e Embu Guaçu (SP) sem água
folha.com.br
Serra está segundo informações para visitar a cidade de Poços de Caldas- MG onde houve problema sério com contaminação das águas na Represa Saturnino de Brito...e  alguém perguntou se o pé frio do carequinha não vai acabar zebrando mais...meu...Não sei!!! O que eu peço é pra ele não assistir o jogo do Palmeiras...o resto que se exploda...ele vai estar com o Prefeito de Poços... eu tô fora meu...Vovó vai postar no blog.. De boa...Lalau está ligado nessa!!!
______________________________________________
O Mainardi vai embora sem pagar o que deve
conversaafiada.com.br
http://www.conversaafiada.com.br/Vai embora...cai fora...Dilma ganha eleição e ele volta pros braços da intelectualidade burra....Serra: "Todo mundo sabe que as Farc se abrigam na Venezuela"

Ele tá vazando porque sabe que o Datafolha é mais furado que sapato de pobre dependente de governo tucano...Sério meu de boa!!!


______________________________________________
TV Estado
Serra meu!!! Você de carequinha vai ser promovido a papagaio...de boa...Acho que você e o Índio estão fumando demais aquela plantinha canabillis...NUMA NICE MEU!!!
_____________________________________________
Prefeitura de SP vai rever ideia de garagens verticais
AE - Agência Estado
De boa meu!!! O pessoal do Kassab não estava entendendo como ia funcionar essa garagem vertical...agora parece que vão propor uma horizontal...Colocar os carros na vertical estava muito difícil né Kassab... esses tucanos te arrumam cada uma...
_____________________________________________
Anvisa proíbe venda de Viagra e Cialis falsificados
AE - Agência Estado
Só faltava regulamentar a venda de Viagra e Cialis falsificados...Sério meu!!! Tem jornalista e gente da Anvisa dando tapa demais...podes crê...numa nice...
_____________________________________________

sexta-feira, 23 de julho de 2010

 O L H O
  V I V O
S. Paulo Terranova



_____________________________________________
Pessoal prestem atenção: Sério...esse blog deu mais um furo e vamos mostrar agora...
Segunda-feira, dia 19 de julho de 2010 publicamos essa notícia:
"Vai sair uma pesquisa Vox Populi apontando Dilma na frente de Serra, cerca de sete pontos...será que o alto tucanato vai querer peitar e invadir o Instituto...Vovó Albertina informa que o Sensus mais uma vez é vitima de CENSURA TUCANA a moda do AI-5..."
Hoje, dia 23 de julho de 2010:
Publicação hoje em diversos blogs e sites de informação:
PESQUISA VOX POPULI/BAND CONFIRMA DILMA NA FRENTE

Pesquisa contratada pela Rede Bandeirantes ao instituto Vox Populi para ser divulgada no jornal da noite, se encontra na rede e é a opinião do povo.
Segundo o Vox Populi, instituto de pesquisa idôneo, a candidata a presidente do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores, dos partidos aliados e da maioria do povo brasileiro, Dilma Rousseff, aparece com 43% das intenções de voto, Serra com 37% e Marina com 8%.
Dessa maneira, a pesquisa Vox Populi/Band, como primeira pesquisa oficial da campanha, confirma a pesquisa interna realizada pelo Partido dos Trabalhadores, onde Dilma Rousseff, candidata do povo brasileiro, aparece com 43% e Serra com 36%. A diferença de 1 ponto em relação à pesquisa do Vox Populi/Band, em Serra, é respondida pela margem de erro.
Foram entrevistados 3.000 eleitores entre os dias 17 e 20 de julho. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual.
____________________________________________________
OLHO VIVO É  BEM INFORMADO...PODES CRÊ!!!
_____________________________________________________
Dilma venceria "disparado" um torneio de más companhias, diz Serra
GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA
Meu!!! Eu pensava que era só o Índio que falava merda...não é não...O CACIQUE 
 FRUS TRADO SERRA PELADA também diz muita ...Sério meu...Esse cara só não explica as boas companhias de Orestes Quércia, Roberto Jefferson, Eduardo Jorge, Alston, Genérico que Itamar desmente na cara dele que não é o pai da criança...Márcio Fortes, Andrea Matarazzo, Aloysio Nunes Ferreira que usou a Polícia Federal e fez terrorismo de governo com o defensor da canabilis, seu padrinho, FHC...e se for colocar aqui todas furadas do Cacique esse blog ia virar enciclopédia...de boa...sem casca meu.....
____________________________________________________
Turma vamos que vamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Estamos de OLHO VIVO>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Bobeou saiu no aqui>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Pisou nos colocamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ciao>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ela está me esperando>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
___________________________________________________ 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

    O L H O
   V I V O
S. Paulo Terranova


_______________________________________________
Estamos de OLHO VIVO...Essa reportagem não é atual mas mostra o jeito truculento da campanha tucana em 2002 e que oito anos depois continua da mesma forma...Apenas reforça o carinho da mídia com o tucanato e seus interesses excusos...

Veja N°1744 - 27 de março de 2002


Exagerado no ataque, fraco na defesa
Sarney compara o governo com nazistas e nada diz sobre a dinheirama da Lunus

Gregg Newton/Reuters
Sarney, na tribuna, após adiar o discurso duas vezes: Serra no ninho dos espiões

"Falo pelo dever que tem um ex-presidente da República – de defender o país e suas instituições, e a base delas são os direitos individuais. O direito de cada um de nós de não ser espionado, escutado, seguido, perseguido, tocaiado pelo aparato do Estado, construído para proteger os cidadãos. Assim é o Estado de direito, da lei, não dos homens."
"O próprio presidente da República, cujo foro é o Congresso, tem parado na Câmara um processo de impeachment pedido por renomados advogados, que o acusam de compra de votos para sua reeleição."
"O que vejo no Brasil de hoje é o medo dos dossiês, das escutas, da espionagem na vida privada das pessoas. Ninguém tem confiança de que o aparato estatal não seja jogado contra si."
"Quem acredita neste país, qual o idiota, que uma ação dessa magnitude (refere-se à devassa na Lunus) seria armada sem que a máquina estatal de nada soubesse ou dela não participasse? Quem neste país não sabe que foi uma ação política suja, com propósito determinado?"
"É que toda referência a esse estilo característico de espionagem e dossiês nasce no Ministério da Saúde e envolve o ex-ministro José Serra. Não é afirmação minha, é dos jornais."
Depois de dois adiamentos, o ex-presidente José Sarney finalmente subiu à tribuna do Senado Federal, na quarta-feira passada, para fazer um discurso com dois objetivos. Queria defender sua filha Roseana, governadora do Maranhão, das acusações de envolvimento em fraudes na Sudam, que se tornaram públicas desde que a Polícia Federal fez uma devassa na Lunus, empresa de Roseana e seu marido, Jorge Murad, e encontrou 1,34 milhão de reais em dinheiro vivo. A outra intenção de Sarney era denunciar que as investigações estavam sendo manipuladas pelo governo, por meio de grampos telefônicos e espionagem, de modo a bombardear a candidatura presidencial de Roseana e, com isso, facilitar o caminho do candidato tucano, o ex-ministro José Serra. Sarney discursou por mais de uma hora, mostrou recortes de reportagens publicadas em jornais e revistas e deixou a tribuna sob aplausos dos colegas. Seu pronunciamento, no entanto, teve dois aspectos. Na hora de atacar, Sarney foi duro e, em certas passagens, chegou a cometer exageros imperdoáveis. No momento de defender a filha, porém, o resultado foi uma peça pífia, sem nenhuma novidade.
A defesa de Roseana ocupou a menor parte do discurso. Sarney insistiu em que a devassa na Lunus foi um ato "arbitrário, ilegal, de conotação política e fora da lei", fazendo questão de ignorar que os policiais federais entraram na empresa munidos da devida autorização judicial. Sobre o caso da Usimar, o projeto fabuloso e fraudulento que resultou no desvio de 44 milhões de reais, disse que Roseana não foi a única autoridade a aprová-lo, o que é verdade, mas nada falou do extraordinário empenho de Jorge Murad para colocá-lo de pé. Por fim, sobre a dinheirama encontrada no cofre da empresa da filha e do genro, que mereceu sete versões distintas, Sarney foi lacônico. "O senhor Jorge Murad recebeu doação de pré-campanha, por ela assume toda e qualquer responsabilidade e por ela responde. Que a Justiça apure sua legalidade e tome as decisões." E nada mais. Limitou-se, a seguir, a sugerir que as campanhas são assim mesmo – como exemplo, citou os enroscos financeiros da campanha que elegeu Fernando Henrique em 1994.
Com dois tons abaixo para defender a filha, Sarney usou dois tons acima para atacar o governo. Ameaçou recorrer a organismos internacionais para garantir a lisura da eleição presidencial. Chegou ao exagero de comparar o Brasil de hoje com a Alemanha nazista, dizendo que o Estado atual age nos moldes da Gestapo, a polícia política de Hitler. Comparou a situação atual até com a dos tempos do Dops, a polícia política da ditadura militar (1964-1985), que Sarney apoiou e da qual foi um dos grandes beneficiários. Falou do "direito de cada um de nós de não ser espionado, escutado, seguido, perseguido, tocaiado pelo aparato do Estado". E disse: "O que vejo no Brasil de hoje é o medo dos dossiês, das escutas, da espionagem na vida privada das pessoas". Sarney refere-se a uma sensação real, principalmente entre aqueles que estão na órbita do poder econômico ou político. Tanto que, no Brasil, é comum falar com pouca liberdade ao telefone quando se trata de um assunto relevante, e não há campanha em que não apareça um dossiê. O problema é que não existe evidência de que essa sujeira de grampos telefônicos e espionagem esteja sendo promovida pelo chamado "aparato de Estado".


Enfático ao criticar a produção de dossiês, calúnias e intrigas contra sua filha, Sarney fez referência a todos os dossiês, calúnias e intrigas que envolvem José Serra, hoje seu maior desafeto. Lembrou que todas as conversas de grampos e espionagem partem sempre do mesmo lugar – o Ministério da Saúde, órgão que Serra comandou até o mês passado. Lembrou, também, que Serra tem relações com policiais federais e procuradores envolvidos nas investigações sobre a governadora do Maranhão. As duas coisas são verdadeiras, mas não passam de referências. Quando mencionou o único fato concreto – que o Ministério da Saúde selou um contrato milionário com uma empresa especializada em combater grampos, a Fence –, Sarney apenas fez intriga. "O Ministério da Saúde, em vez de tratar das epidemias, dá prioridade às coisas de inteligência e espionagem", disse. A Fence presta serviço à Saúde, seu contrato tem um teto de até 1,87 milhão de reais em 2002 e é extraordinariamente mais alto que os firmados com outros órgãos públicos. Isso, porém, não quer dizer que a Fence faça serviço paralelo de espionagem para o Ministério da Saúde ou para o candidato tucano. No plano das hipóteses, qualquer um é livre para desconfiar disso – mas é preciso reconhecer que não surgiu até hoje indício algum nesse sentido.
José Sarney ocupa um lugar curioso na política brasileira. Em 1985, no ponto mais alto de sua carreira, uma fatalidade – a morte de Tancredo Neves – empurrou-o à Presidência da República. Hesitante, Sarney não queria assumi-la, depois se sentou à cadeira e retalhou o ministério entre o maior número possível de partidos para que ninguém ficasse de fora. Fez um governo lamentável, com três planos econômicos fracassados e uma inflação que, somando-se seus cinco anos de governo, bateu em 1.850.000%. Deixou o Palácio do Planalto com índices de rejeição astronômicos, que variavam de 60% a 80%. Retirou-se para o Maranhão e teve de recorrer a outro Estado – o Amapá – para se eleger senador. Com o tempo, cioso de sua condição de ex-presidente, Sarney se recuperou lentamente. Acabou por tornar-se um decano entre os políticos. Passou para segundo plano sua história de oligarca que montou um império no Maranhão, graças às vantagens oferecidas pelo domínio político. Sua Presidência frágil também foi pouco a pouco perdendo nitidez na bruma do passado. Isso também aconteceu, guardadas as diferenças de circunstâncias, com o presidente americano Richard Nixon, que deixou a Casa Branca desmoralizado, recuperou a imagem e morreu como estadista, requisitado para conselhos e conferências. Uma pesquisa recente, anterior à devassa na empresa de Roseana e Jorge Murad, mostra essa transformação de Sarney. No levantamento, ele aparece como o segundo presidente mais popular do país – perdendo apenas para Getúlio Vargas e ficando à frente de Juscelino Kubitschek.
O escândalo do dinheiro apreendido na empresa do genro respingou também na imagem de Sarney. Com o discurso da semana passada, o ex-presidente perdeu um pouco mais de sua aura de estadista. Ao fazer acusações exageradas e uma defesa fraca dos balangandãs da filha e do genro, parecia ter voltado aos tempos do coronelato maranhense, tentando desenrolar sua família de um rolo com a Sudam. Reclamando de pressão alta, Sarney deixou o plenário e nem ouviu a resposta a seu discurso, apresentada pelo senador Artur da Távola, líder do governo, cujo tom central foi a tentativa de emoldurar o ex-presidente como patriarca de uma oligarquia decadente. É um momento difícil para quem, como disse Sarney no discurso, pretendia terminar seus dias dedicando-se à literatura, longe da luta partidária. Sua filha, antes mesmo de Sarney fazer o pronunciamento, percebeu o tamanho do barulho. Em conversa com um político íntimo, ela confessou, em tom de lamento: "Joguei o nome da minha família na lama". Na tentativa de preservar Sarney, insistiu para que o pai não se expusesse para defendê-la. Sarney não lhe deu ouvidos.
_____________________________________
Oposição enfrenta fantasma do encolhimento na Câmara
AE - Agência Estado - 22-07-2010
Indo no popular é mais ou menos o seguinte...Oposição está falando assim: "Esse porra desse barbudo operário, anarfa, ferrou nóis...chama nossa turma de padeiros e manda dossiê pro povão..." De boa...sem saca meu!!!
_______________________________________________________
Afif, do DEM, tem maior patrimônio entre vices de SP
AE- Agência Estado - 22-07-2010
Meu!!! O Afif é o cara do Impostômetro...Explicou que é devido a venda empresa familiar do ramo de seguros...putz meu!!! Será que não tem umas historinhas nessa parada...sei não...estamos de OLHO VIVO nessa parada....
________________________________________________________
Turma vamos que vamos>>>>>>>>>>>>>>>>>

Estamos de OLHO VIVO>>>>>>>>>>>>>>>>>
Bobeou saiu no aqui>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Pisou nos colocamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ciao>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ela está me esperando>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
________________________________________________________






 








terça-feira, 20 de julho de 2010

O L H O
 V I V O
S. Paulo Terranova



_______________________________________________
Serra diz que PT tem ligação com as Farc, mas não com narcotráfico
Eduardo Kattah - O Estado de S.Paulo
O Índio do Brasil fez a cagada e Serra esparramou...É isso aí Carequinha...quanto mais você abre a boca mais sai...Dá um bizu pro teu vice continuar falando...o script foi você quem fez e não adianta encherem meu saco com abobrinha que nós vamos continuar postando as lambanças de vocês...Olhe a notícia abaixo da VEJA...
_______________________________________________
VEJA Edição 1742 página 37.
Em meio à crise, começaram surgir indícios de uma guerra de dossiês. O primeiro deles teria chegado às mãos do governador Anthony Garotinho. Faz acusações a Roseana Sarney  e lhe teria sido entregue por um líder tucano. O governador do Rio não nega  a informação. Há cerca de dois meses, o ex-presidente José Sarney esteve com FHC e fez um alerta a respeito da presença de supostos agentes da Agência Brasileira de Informação (ABIN) xeretando a vida de sua filha. "Vou mandar apurar", respondeu Fernando Henrique. O presidente ouviu a mesma queixa dos senadores Jorga Bornhausen e Edison Lobão. Na conversa com FHC, Sarney acusou o deputado Márcio Fortes, secretário-geral do PSDB, de ter contratado, no Rio de Janeiro, uma empresa de arapongagem para investigar Roseana...
______________________________________________________
VEJA Edição 1743 20 março de 2002 página 34
"Eu poderia ganhar as eleições sozinho"
Fernando Henrique Cardoso, presidente da república, afirmando que foi pelo país que se aliou ao PFL, (atual DEM),  em sua reeleição.
"Ganhava coisa nenhuma
Inocêncio de Oliveira, líder do PFL na Câmara, respondendo a FHC
                                   TEM MAIS
E as bruxarias andam soltas
Ninguém esperava que fosse tão cedo, faltando ainda sete meses para a sucessão presidencial, mas a guerra suja das campanhas eleitorais já deu o ar de sua graça. Na semana passada, norastro da devassa policial no escritório da Lunus, empresa da governadora Roseana Sarney e seu marido, Jorge Murad, Brasília foi tomada por aquela parafernália que traz à superfície o que há de mais subterrâneo: espionagem, grampos telefônicos e dossiês. No Congresso, o PFL protocolou uma denúncia contra o deputado tucano, Márcio Fortes do Rio de Janeiro. Acusam-no de contratar arapongas para espionar a governadora do Marnhão. O PFL,(DEM), também fez barulho com a notícia de que, sob o comando de José Serra, o Ministério da Saúde pagou uma bolada a uma empresa para detectar Ìgrampos telefônicos em suas dependências. Suspeita-se que, na verdade, a empresa poderia estar fazendo espionagem para Serra...
_____________________________________
Sem brinca meu...tem muito mais e a  vovó Albertina recebeu uma documentação que vai publicar no seu blog e repassar pra mim...Aguardem até esse fim de semana... 
Turma vamos que vamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Estamos de OLHO VIVO>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Bobeou saiu
Pisou nos colocamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ciao>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ela está me esperando>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
_______________________________________________________

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O L H O
 V I V O
S. Paulo Terranova



___________________________________________
VEJA - Edição 1396 14 de JUNHO DE 1995
Pg. 34 a 39
Destaque: O Brasil é pequeno no negócio. Tem 0,2% das reservas mundiais de petróleo e é responsável por 2% do consumo mundial.
A pergunta que não quer calar: Desde aquela época o tucanato com o neoliberalismo, Serra no pedaço, queriam privatizar a Petrobras...Vale a pena consultar e ver qual é a posição desse pessoal sobre petróleo...EM 1995 ou HOJE NÃO MUDOU NADA...
---------------------------------------------------------------------
Bernardo: Índio da Costa 'se comporta como um idiota'
RAFAEL MORAES MOURA - Agência Estado
Sério meu...de boa...Bernardo estou contigo, mas discordo um pouco...EU NÃO ACHO QUE O ÍNDIO SE COMPORTA COMO IDIOTA...ACHO QUE ELE É O PRÓPRIO...Sorry...a...
___________________________________________
Acessem o site veja. com/ acervo digital:
Edição 1588 - 10 de março de 1999 pgs 38 a 41
Os juros subiram de 39% para 45%...Será que o Serra que era ministro da saúde na época sabe disso...ou está dando um migué...EXATAMENTE... né Neto...
QUE Opportunity!
Veja - ED. 1588 - 10 de março de 1999 pg 49
Como a Previ fez negócio com o banco ignorando decisão da diretoria do fundo
Putz meu...Serra  e Índio tudo a ver...podes crer...
____________________________________________
Vice de Serra afronta PT. Diz que há ligações entre partido e narcotráfico
Depois da cagada, Índio volta atrás e ataca só a FARC...Agora se vocês se lembrarem da fala do carequinha Serra...não chamei de palhaço não, nada há ver...era a mesma coisa...cocaína da Bolívia...crime organizado...grupos guerrilheiros...e agora os caras chamam o Índio pra enfiar o apito nele...Nem fazendo pesquisa para vocês não encherem  o saco não adianta!!!
___________________________________________
VEJA Edição 1742 - 13 de março de 2002
A CANDIDATA AFUNDOU
Roseana Sarney e como Serra e PSD fez para derrubar a candidatura dela.
José Sarney adverte que agentes da ABIN estavam atrás de Roseana...
Frases:
"É a KGBnização do país"...César Maia
"O regime militar, que era tão condenado, deixou vivo o Aloysio que foi assaltante de bancos e de trem." Antonio Carlos Magalhães, ex-senador (PFL), culpando o ministro da Justiça Aloysio Nunes Ferreira, pela ação da Polícia Federal.
Tem mais podem acessar amanhã
____________________________________________
Turma vamos que vamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Estamos de OLHO VIVO>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Bobeou saiu no aqui>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Pisou nos colocamos>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ciao>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Ela está me esperando>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
____________________________________________